Já estamos praticamente no verão. E vem mais uma vez aí o fenômeno da emoção ligada à atividade física. Muitos querem entrar em forma rapidamente e a qualquer custo. As pessoas estão sempre presas às paredes. Explico.
Imaginemos uma sala. Na parede esquerda estão grudadas as pessoas que levam uma vida absolutamente sedentária. Na parede direita estão grudados os que exageram no trabalho com o corpo, chamado de malhação. Poucos são aqueles que conseguem o mínimo de controle emocional, para lançar sua vida no caminho do meio, do equilíbrio, do discernimento e do bom senso. Ou seja, no centro entre as duas paredes.
É necessário perceber que ao se afastar dessas duas paredes, as pessoas irão ao encontro de uma saúde plena, longe das enfermidades e desequilíbrios provocados tanto pela falta da atividade, como pelo seu exagero. É como se tivessem instalado um programa de autodestruição com essa terrível malhação infernal.
Fico triste em observar a forma desesperada como as pessoas desenvolvem a atividade física. Muitas vezes ficaram muitos anos ou até décadas sem fazer nada com seu corpo e não se dão conta de que, para alcançar uma melhoria na sua eficiência cardiovascular e na diminuição da sua área geográfica, leva muito tempo, anos até.
O corpo não é uma máquina que se liga na tomada e já entra em 220, como a gente vê por aí todos os dias. Há que se ter a noção concreta da fragilidade desse corpo. Principalmente, para quem se descuidou durante anos e anos a fio. É necessário, portanto, desenvolver esse controle emocional e entender definitivamente que o trabalho saudável com o corpo, requer muita paciência e aceitação do baixo nível físico do momento. Tudo deve ser feito de forma absolutamente gradativa, com muito critério e bom senso. Chega de malhação, dessa malhação estúpida!
Por que muitos só lembram do corpo com a proximidade do verão?
Nos dias atuais as pessoas encontram tempo para tudo, menos para elas mesmas. É fundamental que as pessoas se valorizem e encontrem um tempo para que possam existir dentro de suas vidas.
Uma coisa é você saber racionalmente a importância da atividade física na sua vida. Mas apenas saber não resolve absolutamente nada. É necessário um desenvolvimento emocional maior, para que você passe da teoria para a prática. Já que saber de cabeça, é não saber nada. A sabedoria não está no conhecimento, mas na prática deste conhecimento. Por isso, para desenvolver a sabedoria é necessário um sólido corpo emocional.
Caminhamos sobre a superfície da Terra por milhões de anos e nesta espantosa e formidável evolução nos tornamos um animal do movimento. Então a atividade com o nosso corpo físico está inserida de forma tão profunda em nosso ser, que não podemos viver sem ela. Ao se prescindir do movimento sistemático, se abre o caminho para o sedentarismo e suas enfermidades.
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